Eu vos amei, diz o
SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos amaste? (Malaquias 1.2)
Certamente,
uma das grandes dificuldades da teologia é a tarefa de conciliar o amor de Deus
com o sofrimento humano. Durante séculos e mais séculos, teólogos, pensadores e
filósofos têm se engajado na tentativa de encontrar respostas para os
infortúnios, para as aflições e para as calamidades que existem debaixo do sol.
Comprovadamente, debates e mais debates são realizados na tentativa de se obter
uma resposta satisfatória e um denominador comum que satisfaça os
questionamentos infindáveis que a cada dia surgem acerca do sofrimento humano.
Inúmeros
pesquisadores, teólogos (e pasmem), até mesmo ‘pastores’, na tentativa de
pesquisar e tentar concatenar o amor de Deus com o sofrimento humano,
lamentavelmente, perderam sua fé e começaram a trilhar o caminho do ateísmo e do
agnosticismo. Por outro lado, a existência inequívoca e irrefutável destas duas
realidades (amor divino e sofrimento humano) e o aparente conflito existente
entre ambas; constitui, evidentemente, uma prova conclusiva de que a famigerada
Teologia da Prosperidade não passa de um ledo engano.
Engana-se
quem pensa que os deturpados conceitos da Teologia da Prosperidade é coisa do
nosso tempo. Já nas páginas veterotestamentárias, podemos constatar que muitos
pensavam equivocadamente que ser amado por Deus, consistia, dentre outras
coisas, em viver bem, sem sofrimento, incólume, imune e blindado as vicissitudes
da vida. Acredito, que o primeiro ‘embate’ entre Deus e o povo de Judá
registrado no inicio do livro de Malaquias demonstra perfeitamente isto. Leia outra
vez e atentamente as palavras do Senhor:
“Eu sempre vos
amei, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos amaste?” (Malaquias 1.2)
Vale
ressaltar, que a mensagem fora dada por Deus a Malaquias, num período de grande
declínio moral e espiritual, pois, os judeus, finalmente repatriados, portavam-se
novamente de maneira desleal para com Deus e para com os seus mandamentos. Na
verdade, o desanimo estava instaurado, o nome de Deus foi desprezado e a
verdadeira adoração abandonada. Entretanto, devo chamar a sua atenção para o
fato de que, apesar da mensagem ser constituída de várias sentenças pesadas; as
reprovações contra os sacerdotes e o povo de Israel iniciam-se com uma
belíssima e intrigante declaração: “Eu sempre vos amei”, ou, “Eu vos tenho
amado” (ARA).
É
preponderante considerar que, durante toda a história, Deus nunca escondeu o
seu amor para com o seu povo. Deus sempre disse: Eu sempre amei vocês! Tomemos
por exemplo, o livro do profeta Oseias, onde está registrado: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do
Egito chamei a meu filho” (Oséias 11.1). Também no livro de Jeremias, lemos
da seguinte maneira: “Há muito que o
SENHOR me apareceu, dizendo: Com amor eterno te amei; também com amável
benignidade te atraí”. (Jeremias
31.3)
Indiscutivelmente,
o amor de Deus é imensurável, incondicional e comprovado, todavia, este amor
nunca imunizou o seu povo de cativeiros, covas, fornalhas, enfermidades e
calamidades. Deus nos ama, entretanto, passaremos por fogo, enfrentaremos
correntezas (Isaias 43.2), seremos açoitados por ventos, balançados por ondas,
atingidos por chuvas e submersos por rios (Mateus 7.25) O sofrimento humano é o
calcanhar de Aquiles da Teologia da Prosperidade. As lutas nossas de cada dia,
as adversidades temporais, o tempo de perder e o tempo de chorar são provas inquestionáveis
de que Teologia da Prosperidade é falsa. É outro ‘evangelho’, por isso, é anátema.
Quando
Deus declarou para o povo em Malaquias: Eu sempre vos amei! Ele ouviu sarcasticamente:
“Será mesmo? De que modo nos amastes?” (Bíblia A Mensagem) Certamente, a
resposta irônica e cínica do povo, revela, dentre outras coisas, a
incredulidade oriunda do sofrimento, entrementes, eles estavam duvidando e zombando
do amor de Deus. Ao replicarem: “Em que
nos amaste?”, eles estavam dizendo: Se o Senhor nos ama, por que então
permite o nosso sofrimento? Por que a nossa vida é tão difícil? Por que as suas
promessas ainda não se cumpriram? Por que passamos por tantas dificuldades?...
Ao
ouvir tamanha ironia, a tréplica de Deus foi a seguinte: “não foi Esaú irmão de Jacó? - disse o SENHOR; todavia amei a Jacó e
aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos
dragões do deserto”. (Malaquias 1.2,3) Em outras palavras, disse Deus: “É
só olhar para a história. Veja como tratei você, Jacó, de maneira diferenciada
de Esaú” (Bíblia A Mensagem).
Pois
bem, precisamos urgentemente aprender que a nossa trajetória de vida é uma
prova inconteste do amor de Deus. Pare de mensurar o amor de Deus em meio ao
sofrimento. Antes olhe para o cuidado que Ele teve por você até hoje. Saiba,
que apesar das lutas e de todo o sofrimento, o seu amor por nós é inquestionável
e imensurável! Ele nos ama e a cada dia prova o seu amor! Ele não prova nos
imunizando de lutas ou nos isentando do sofrimento. Ele “demonstra a cada dia o
quanto nos ama ao ter oferecido o seu filho em sacrifício por nós quando ainda
erámos tão ingratos e maus para com Ele” (Romanos 5.8 - Bíblia A Mensagem).
A
maior prova de amor da história foi à morte de Cristo em nosso lugar!
4 comentários:
O anjo?
Como está a sua garganta de ouro. ...
Aguardo resposta
O anjo?
Como está a sua garganta de ouro. ...
Aguardo resposta
Profundo Sylinhas...
Deus me ama demais
Profundo Sylinhas...
Deus me ama demais
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