31 de março de 2009

Infantícidio nas tribos indigenas brasileiras


O infanticídio dentro das tribos indígenas brasileiras ganhou ênfase com o lançamento e exibição do filme “Hakani – Enterrada viva – A História de uma sobrevivente”, aquilo que há muito tempo era tido como ‘tabu’ dentro das tribos, bem como na sociedade brasileira, hoje, vêm à tona ‘confrontando’conceitos, culturas, costumes e paradigmas.

O curta-metragem faz referencia ao povo Suruwahá, residentes na parte oeste da Região Amazônica do Brasil. Esse povo, segundo fontes, nos últimos 100 anos teve contatos esporádicos com o mundo exterior, sendo que, a maioria desses encontros foram devastadores.

Influenciados pelo único pajé sobrevivente de massacres provocados por intrusos, o povo Suruwahá têm como legado a idéia de que o suicídio é a única esperança para um povo que não possui direção espiritual; e baseados em tal ‘conceito’ cultural, essa tribo ‘encontrou’ no suicídio a receita mais comum e eficaz para se lidar com a dor, a raiva e problemas oriundos da natalidade.

Hakani retrata dois importantes valores do povo Suruwahá: beleza e força. Estes dois valores são mostrados claramente durante a cerimônia de puberdade de um jovem que pretende receber honra e respeito suportando a dor.

Hakani, nascida no ano de 1995, não se desenvolveu nos seus dois primeiros anos de vida; não aprendeu a andar e nem a falar. Logo os suruwahás perceberam e pressionaram os seus pais para sacrificá-la. Entretanto, eles preferiram o suicídio, deixando-a viva com os seus três irmãos, agora órfãos. Posteriormente, o documentário mostra o enterro de Hakani, considerada por seu povo como alguém sem alma, pois, segundo a tradição: “deficiência física ou mental, ser gêmeo ou trigêmeo, nascer de uma relação extraconjugal - todas essas são consideradas razões válidas para se tirar a vida e de uma criança”.

No filme, o infanticídio só não foi consumado, pois Hakani foi desenterrada por seu irmão no último momento, passando a viver banida de sua tribo, por três anos ela sobreviveu bebendo água de chuva, cascas de árvore, folhas, insetos, a ocasionalmente algum resto de comida que seu irmão conseguia para ela. Finalmente, ela foi levada para um casal de missionários que trabalhavam com os Suruwhás, e estes, com amor e carinho cuidaram de Hakani.

Hoje, ela está com 14 anos, adora dançar, desenhar e se tornou um símbolo contra as práticas infanticidas realizadas em aldeias brasileiras.

Resumindo: “Hakani é um documentário dramático que conta a história verdadeira da jornada de uma menina em busca da liberdade e a luta de um povo para encontrar uma voz – uma voz pela vida”.

Em contrapartida, há quem levante dúvidas contra a seriedade e fidelidade do filme, como por exemplo, o sr. Stephen Corry diretor da Survival, que classifica o filme como: “uma encenação; uma junta de filmagens de muitos povos indígenas diferentes que utiliza truques de fotografia para fazer valer os seus argumentos. Ainda de acordo como Corry, o documentário “não foi filmado numa comunidade indígena, a terra cobrindo a cara das crianças é na verdade chocolate e os Índios que aparecem no filme foram pagos como atores”

Finalizando, o diretor classifica o filme como uma “propaganda para apoiar a campanha evangélica para um principio muito perigoso, o chamado projeto de lei Muwaji que foi apresentado no Congresso Brasileiro”.

Portanto, cabe a nós, cidadãos brasileiros, amantes da teologia, estudantes da sociologia, e defensores da vida (dádiva de Deus), questionar e pesquisar a veracidade do filme, bem como a idoneidade e ‘imparcialidade’ do sr. Stephem Corry;
Que a graça de Deus superabunde em nós!

Referências

http://www.hakani.org/pt/
http://www.survival-international.org/

Obs. Assistam o video e divulguem...

27 de março de 2009

Cartazes

A pedido de alguns, estou colocando no blog dois cartazes que podem ser impressos e afixados no quadro de aviso.

Atenciosamente.



22 de março de 2009

UMA “IGREJA” CHAMADA ALPENDRE DE BETESDA



Ora, em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas. João 5:2,3

Numa bela tarde de sábado, ao abrir minha caixa de e-mails (correspondência eletrônica), deparei-me como um texto intitulado: ”NOMES ESQUISITOS DE IGREJAS”. Após ler cuidadosamente cada nome denominacional, fiquei boquiaberto com a “criatividade” do povo GOSPEL e, principalmente com a superficialidade bíblica de seus “lideres” que, com a presunção de encherem os “templos” e ganharem muito dinheiro, empregam às suas denominações, nomes puramente interesseiros e que servem de escárnio.

Dentre as sumidades dos nomes listados, transcrevo: IGREJA BATISTA INCÊNDIO DE BÊNÇÃOS, IGREJA C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos), IGREJA PENTECOSTAL VALE DE BÊNÇÃOS, IGREJA DA BÊNÇÃO MUNDIAL, IGREJA E.T.Q.B. (Eu Também Quero a Bênção), IGREJA EVANGÉLICA FONTE DE BÊNÇÃOS e IGREJA EVANGÉLICA PENTECOSTAL DA BÊNÇÃO ININTERRUPTA.

Ao fazer esta distinta seleção, constatei que a palavra BENÇÃO (s) aparecia em todas elas e, subitamente, recordei-me de um antigo corinho que, muito ouvi cantar na infância:

Eu vim buscar uma benção Jesus tem benção pra dar
Você veio buscar sua benção espera Jesus vai lhe dar
Levante tuas mãos para o céu, e sinta um raio de luz
Cante comigo aleluia, o dono da Benção é Jesus.

De acordo com o Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade, a palavra: culto[1] [Do lat. cultus, veneração] denota sentido de: Tributação voluntária de louvores e honra ao Criador; sendo que, seu objetivo primário é a adoração a Deus, pois, Ele é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (JO 4:24) e o alvo secundário é o enlevo espiritual do adorador. Definitivamente, culto nunca esteve e nunca estará associado à busca de bênçãos e, convenhamos, o templo é simplesmente um edifício público destinado à reunião da comunidade cristã. Comunidade que, deve se encontrar voluntariamente para louvar, exaltar e falar com Deus, pois, está escrito: A minha casa será chamada casa de oração. (MT 21:13)

Infelizmente, a descaracterização do “culto”, quando não está coligada com o nome da placa ou nos “corinhos consumistas”, coliga-se aos rótulos dos eventos pseudo – eclesiásticos, que variam de: tarde das bênçãos, noite dos milagres, culto da vitória a campanhas dos “varejões das bênçãos”. A verdade é que, o estilo "tudo que peço Deus me dá", ou "eu vim buscar uma benção" é consumista, e revela um relacionamento distorcido com Deus, nosso Pai.

Creio que, COMUNIDADE GOSPEL ALPENDRE DE BETESDA, seria o nome mais apropriado para “muitas” das inúmeras denominações da atualidade, digo isto por conhecimento de causa e, nas próximas linhas, estarei expondo os motivos que me levaram a chegar nesta triste, mas, fundamentada conclusão.

A palavra comunidade [Do lat. communitate.] apesar de ser empregada como sinônimo de Igreja, difere um pouco desta (dentro do sistema lingüístico brasileiro), pois exprime o sentido de: grupo de pessoas que comungam uma mesma crença ou ideal, ou seja, comunidade pode ser empregada tanto para os cristãos, quanto para os ateus (comunidade atéia), budistas, espíritas, etc. Já o termo Igreja (grego εκκλησια ekklesia e latim ecclesia: "Eclésia") é utilizado de maneira mais restrita e aplicada somente a comunidade dos cristãos.

Antes de prosseguir, quero deixar claro que, não sou contra a utilização do termo COMUNIDADE, pois, sou sabedor de que este substantivo deriva-se da palavra COMUM (pertencente a todos ou a muitos) e que, uma das qualidades da igreja primitiva era terem tudo em COMUM (Atos 2:44), entretanto, posso até ser taxado de arcaico, mas, continuo preferindo o termo Igreja que, em linhas gerais expressa o sentido de assembléia os santos.

Infelizmente, até o dia de hoje, não encontrei satisfatoriamente, a origem e a definição da palavra GOSPEL, se bem que, são inúmeras as pessoas que sabem que o termo está associado ao povo “evangélico”. Hoje em dia, quem nunca ouviu falar de – música GOSPEL, artista GOSPEL, cantor e cantora GOSPEL, literatura GOSPEL e por ai vai? Como se percebe, a onda GOSPEL invadiu o vocabulário da já volumosa e complicada língua portuguesa. Gostem ou não, queiram ou não, esta palavra não deveria ser utilizada pelo povo de Deus, pois, estes sempre foram conhecidos por – CRISTÃOS (aquele que professa o cristianismo), CRENTES (que leva demasiado a sério as suas obrigações, as coisas em que se mete, e por elas tem entusiasmo, nelas acredita), EVANGÉLICOS (proclamadores do Evangelho) e PROTESTANTES (que protesta e não se conforma com este mundo – RM 12:2). Odiaria ser taxado de GOSPEL, mas tenho orgulho de ser chamado de PROTESTANTE, por mais que o termo soe forte.

ALPENDRE DE BETESDA era um alpendre pórtico, colunata coberta onde o povo (enfermos: cegos, coxos e paralíticos - João 5:3) podia permanecer ou caminhar protegido do tempo e calor do sol.

Os alpendres de Betesda possuíam pelo menos três características que nunca deveriam ser encontradas nas “denominações evangélicas”, mas, infelizmente, tais características estão cada vez mais presentes nas comunidades gospeis.

Primeiro – Os alpendres de Betesda eram lugares de disputas: “... e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse (João 5:4)”. Observe que o termo é bastante claro e sugestivo, o PRIMEIRO, portanto, certamente havia disputas internas e externas (com os demais alpendres) para ver quem seria o primeiro a pular.

O termo: PRIMEIRO (protos), possui pelo menos quatro classificações na gramática portuguesa, são elas: numeral, adjetivo, substantivo masculino e advérbio, sendo que, o dicionário Aurélio do Século XXI, emprega varias definições para este termo, dentre as quais, cito: que antecede outros quanto ao tempo, lugar, série ou classe; primário (ADJ); aquele que ganhou em corrida ou competição. (S. M), portanto, ao se associar às definições do dicionário com as descrições bíblicas: “... e o primeiro que ali descia”, torna-se reforçada a tese de que, naqueles alpendres havia disputas.



Após refletir sobre tal coisa, presenciar alguns fatos nas “comunidades” que já freqüentei e assistir a um DVD, onde os organizadores do evento estamparam em um grande banner as fotos dos pregadores e colocaram com letras bem grandes os disseres: “OS MELHORES PREGADORES NACIONAIS E INTERNACIONAIS[2]”, pus-me a pensar o quanto às denominações estão se assemelhando aos ALPENDRES DE BETESDA. Hoje, já existem congressos onde somente pregam “os melhores” e exclusivamente cantam os “maiores” – os mais famosos. Em tais congressos, a disputa é acirrada: a melhor didática, a melhor exposição, o melhor terno (já tem até vermelho), o melhor tema, o melhor “hino”, a maior oferta, o melhor lugar e até mesmo a maior prebenda. Existem variadas competições internas e externas.

Há até “comunidades” que ficam de olho nas agendas das outras, simplesmente para marcarem um evento na mesma data, com isto, pretendem disputar a “audiência” e coibirem seus membros de fazerem intercâmbios. E por falar em rivalidades, já presenciei dentro das próprias comunidades disputas internas entre: conjuntos, grupos musicais, coreógrafos e ministros. Existem pastores que se julgam tão grandes, que medem a dimensão de seus ministérios com os números relativos a membresia e a rentabilidade proporcionada por ela; tais homens estufam o peito para dizer: quando eu assumi esta igreja a renda era X agora a renda é Y!

Ao presenciar tais aberrações, penso que, seria por demais agradável se dentro das “comunidades”, as disputas só girassem em torno de: quem orasse mais, quem jejuasse mais, quem ajudasse mais os necessitados; entretanto, afirmo que nunca vi isto antes e, creio que, infelizmente, nunca irei ver.

O desejo por competir, contrasta em muito com os ensinamentos e desejos de Cristo, que intercedeu por seus discípulos e por nós, dizendo: E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (JO 17:20, 21).

Observe que, na oração de Cristo, Ele suplica ao Pai para que sejamos um (unidade), mas, infelizmente, a primeira má característica dos alpendres de Betesda, pode ser notada até mesmo entre aqueles que Ele escolheu: E houve também entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior. (LC 22:24) E não parou por ai, o sentimento de competição encontrou “pouso” até mesmo na a igreja primitiva e, o apostolo Paulo, ao iniciar sua primeira carta aos coríntios, mencionou as dissensões que havia no meio dela:

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloe que há contendas entre vós. Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. (1CO 1:10-12)

É impressionante o fato de que, em tão pouco tempo, surgiu no seio da igreja de Corinto, quatro “partidos políticos” (PP (Partido de Paulo), PA (Partido de Apolo), PC (Partido de Cefas) e PJC (Partido de Jesus Cristo)). Mas, graças a Deus, no coração de Paulo havia o mesmo sentimento que houve em Cristo (FL 2:5) e, sendo assim, ele rogou aos irmãos de Corinto, para haver entre eles o mesmo sentido e mesmo parecer e, finalizou a questão dizendo: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. (1CO 10:31)

É notória a discrepância entre UNIDADE e COMPETITIVIDADE, pois, a unidade gera crescimento (AT 2:44), as disputas causam divisões (1CO 1:10-12). A unidade gera companheirismo (1SM 14:7), as competições concebem inimizades (1SM 18:7-9). A unidade gera mutualismo (LC 5:18), as disputas produzem egocentrismo (LC 10:31). A unidade gera amor (JO 17:23), as rivalidades criam indiferenças (JO 4:9). A unidade gera cura (LC 5:20), as brigas rendem enfermidades (PV 27:3).

No seio da cristandade não pode haver disputas, pois o nosso Mestre disse: “... e, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo”; (MT 20:27) e, no mais, PRIMEIRO é somente Ele: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” (AP 1:8) e, é Ele, o único que também pode dizer que é MAIOR: “... e eis que está aqui quem é MAIOR do que Salomão” (MT 12:42); “... e eis aqui está quem é MAIOR do que Jonas”. (LC 11:32) e, “Pois eu vos digo que está aqui quem é MAIOR do que o templo” (MT 12:6)

As disputas precisam ser urgentemente erradicadas do meio “evangélico”. Devemos aprender com aquele que mesmo sendo considerado MAIOR nascido de mulher, sabia que, aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. (MT 11:11) e como prova disso falou: É necessário que ele cresça e que eu diminua. (JO 3:30)

Segundo – Os alpendres de Betesda eram lugares de egocentrismo: “... O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque” (JO 5: 7). Ao responder a indagação feita por Cristo (Queres ficar são?), o paralítico, deixou transparecer que naquele lugar não havia cordialidade: “... não tenho homem algum que...”. Como diz o adágio popular, ali era: “cada um por si e, Deus por todos”.

É bastante relevante o fato de ninguém ter ajudado o paralitico em trinta e oito anos, ou seja, ninguém ficou comovido com aquela situação. Este pormenor gera dentro de mim duas perguntas: Onde estavam os familiares, amigos, colegas e religiosos? Como pode alguém sofrer tantos anos e não ser ajudado?

Infelizmente, só existe uma resposta: - aquele recinto estava repleto de pessoaas egocêntricas (diz-se daquele que refere tudo ao próprio eu, tomado como centro de todo o interesse; personalista) e, ao chegar nesta conclusão, lembro-me novamente do: “eu vim buscar uma benção!” E, mais uma vez tenho que exclamar: - Como as “comunidades gospeis” estão cada dia mais parecidas com os alpendres de Betesda!

É totalmente deplorável e antibíblico o individualismo e a insensibilidade humana; aliás, no dicionário de Cristo, não existe espaço para o egoísmo humano, pois todo o seu vocabulário consiste em: ajudar, interceder, doar, auxiliar, conceder, repartir, dividir e socorrer. Na autentica comunidade cristã não há espaços para pessoas que não estendem as mãos para os necessitados; veja o relato de Lucas: Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. (AT 4:34)

É chegado o momento de deixarmos de lado o EU e, para isto, devemos seguir o conselho dado por Cristo ao jovem rico: “... vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me” (MT 19:21). É hora de: - repartirmos as nossas túnicas e os nossos alimentos (LC 3:11); de pegarmos os enfermos e levá-los até Cristo e, se a “casa” estiver cheia, carregá-los até o telhado e depois descê-los até a Sua presença (LC 5:17-26). É tempo de dar água ao sedento, comida ao faminto, vestes aos nus e realizarmos visitas aos encarcerados. Precisamos imitar Abraão, que deixou de lado os seus desejos e suas vontades para interceder pelo seu próximo (GN 18:23-33) e seguir o exemplo do bom samaritano que, se compadeceu do necessitado e o ajudou. É hora de olharmos para os nossos irmãos e meditarmos na inquirição de João: “... Quem, pois, tiver bens no mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?” (1JO 3:17)

Terceiro - Os alpendres de Betesda eram lugares de interesseiros: “... Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas”. (João 5:3) Gostaria que você atentasse para o fato de que, cada um estava ali apenas esperando o movimento das águas, e excepcionalmente, muitos que se rotulam “cristãos” estão se reunindo nos alpendres, ou melhor, nas “comunidades” exclusivamente para buscarem suas bênçãos e satisfazerem os seus deleites.

Novamente quero levantar uma discussão: - Como Deus vai operar num lugar onde o povo só está ali para receber a “vitória, a benção?”; o pastor só está ali para administrar e retirar dali o sustento? O pregador só está ali para exibir seus conhecimentos e receber a prebenda no final da mensagem? O cantor só está ali para ganhar o cachê e vender os seus cd’s e o artista só está ali para não sair de cena e não perder a fama?

Quando nos reunirmos, o nosso culto tem que ser racional (RM 12:1) e, o nosso único interesse deve ser – adorá-lo e reverenciá-lo, por isso, devemos substituir o “cântico”: eu vim buscar uma benção, por: te louvarei não importa as circunstancias, adorarei somente a ti Jesus; é necessário arrancar de nosso vocabulário a frase: determine sua vitória e, dizer como o apostolo Paulo: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”. (RM 11:36) E mesmo que as coisas “parecem” caminhar para o pior, temos que plagiar o profeta Habacuque: “... ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação”. (HC 3:17,18) É preciso ter a convicção de Jó e dizer: “... Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”. (JÓ 19:25)

Que a graça de Deus sempre superabunde em nós!!!

Pr. Sylas de Souza Neves

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[1] Strongs à 2999 latreia - 1) serviço retribuído por saláriio 1a) qualquer serviço ou ministério: o serviço a Deus 2) serviço e adoração a Deus de acordo com os requerimentos da lei levítica 3) realizar serviços sagrados

[2] Foto extraída do DVD intitulado: Sua vida pode ser formidável do Dr. Silmar Coelho.

20 de março de 2009

Conferência de Missões

A Paz do Senhor!

Amanhã, dia 21 de março às 19:00 hs, estarei ministrando a Palavra de Deus na Igreja Batista Templo da Adoração, no Seminário: Todo membro em Missões.

Convido vocês a estarem conosco ali.
Endereço no cartaz.

Abraços


Queridos irmãos e Amigos!

1 de março de 2009

A parábola da quebra de contrato



(Sylas de Souza Neves) em 01.03.2009

“E contou-lhes também uma parábola sobre o DEVER de seguir em frente e NUNCA olhar para trás” Lucas 9: 62 (Adaptação e grifo do autor)

Durante a última semana do mês de fevereiro de 2009, um assunto ‘mexeu’ com os ‘ânimos’ de algumas pessoas no meu trabalho secular; este assunto, como quase que de praxe, refere-se ao meio artístico brasileiro.

Por um momento, me mantive quieto somente ouvindo o balbuciar de alguns companheiros de trabalho, entretanto, ao ouvir a frase: “conversão ao Evangelho”, sem titubear, aproximei e procurei-me inteirar sobre o enredo.

Ao ouvir o relato por parte de alguns, fiquei boquiaberto ao saber que uma famosa dupla sertaneja “converteu-se ao Evangelho”, a minha admiração se deu, não pelo fato em si da suposta conversão, pois sei que Deus pode salvar o mais vil pecador, seja ele artista ou não; todavia, espantei-me pelo fato de que ao contrário de muitos artistas que estão se ‘convertendo’, essa dupla não está falida e fora das grandes mídias.

Não querendo polemizar, mas já polemizando, nos últimos anos a maioria dos ‘famosos’ que estão se ‘convertendo’, ou melhor, afiliando-se a uma igreja evangélica, são ‘artistas’ arruinados financeiramente e fora da mídia. Estes, em sua maioria são oportunistas que vêem no “MERCADO GOSPEL” uma excelente oportunidade de voltarem ao estrelato e consequentemente ao período das “vacas gordas”.

Particularmente, poderia citar os nomes de uma infinidade de ‘falidos da mídia’ que desde a década de 90 voltaram à popularidade usufruindo a bondade e ignorância dos consumistas evangélicos. (Obs. Basta saber de um ‘famoso’ que se tornou crente, para a grande maior sair às compras. Como já presenciei em casas de crentes CD’s e DVS’s de ex-bruxos, ex-trapalhões, ex-globais, ex-artistas, ex-jovem guarda, etc! Entretanto, não me cabe julgar se a conversão de um artista é real ou não, e também não quero que esta simples reflexão seja o foco deste artigo.

O que quero focalizar aqui é o fato desta suposta dupla ‘convertida’, continuar cumprindo a sua agenda secular até o fim de alguns contratos efetuados com: gravadora, prefeituras, organizadores, etc.

Ao tomar ciência disto, algumas interrogações surgiram em minha mente e transcrevo-as aqui:

• Não seria isto colocar a mão no arado e olhar para trás? (Lucas 9:62)
• Não seria também querer ‘sepultar’ primeiramente o pai para depois seguir a Jesus? (Mateus 8: 31)
• Não seria isto uma clara evidencia de não negar a si mesmo e tomar a cruz? (Marcos 9: 34)
• Não seria também querer salvar a sua vida, ou melhor, o seu bolso? (Marcos 9: 35)
• Será que a palavra conversão já não denota mais sentido de “mudança, transformação, girar 180 graus”?

Reservadamente, quando reflito sobre: “negar a si mesmo, não olhar para trás, tomar cada dia a cruz e seguir a Jesus”, julgo inconcebível a idéia de adiar o caminhar cristão, e creio que qualquer responsabilidade filial ou contratual não serve como justificativa para atrasar uma caminhada com Cristo.

Assim como Jesus, ratifico que segui-lo traz implicações e custos altos. A verdadeira conversão a Cristo exige uma completa lealdade e nem mesmo uma multa contratual deve se sobrepor à obediência a Deus. A decisão de se converter ao Evangelho nos obriga a estabelecer prioridades, mesmo que isto implique em cancelar outros interesses que também exigem ‘lealdade’ e disputem a nossa atenção.

Que a graça de Deus superabunde em nós!

Pr. Sylas de Souza Neves