25 de maio de 2010

Uma carta de Erasmo aos amantes da teologia da prosperidade


O humanista católico Erasmo de Roterdã (1469-1536), identificou uma atitude distorcida na liderança dos seus dias ao menosprezarem a noção de sacríficio:

"Fazer milagres é velho e antiquado, não está na moda; ensinar o povo dá muito trabalho; interpretar a Bíblia é pedante; orar é sinal de que não se tem mais o que fazer; derramar lágrimas é tolice e próprio de mulher; ser pobre é ignóbil; ser vencido, densorado e desprezado torna como aquele que mal admite que os reis lhe beijem os chinelos; e por último, morrer é incivilizado; e ser estendido em uma cruz é infame."

(Extraído do livro: Elogio da Loucura)

Obs. Modestamente, este texto direcionado por Erasmo ao clero e particularmente aos papas, bem que poderia chegar nas mãos e principalmente nos 'corações' dos amantes e propagadores da teologia da prosperidade.


17 de maio de 2010

Malafaia: Visão, Ambição ou Insubmissão?


Quando criança era um profundo admirador do Pr. Silas Malafaia; confesso, que cada vez que o ouvia, sentia-me honrado de ser o seu “xará”; por inúmeras vezes, troquei o ‘culto’ em minha congregação por um ‘culto’ na Igreja Batista Getsemani (presidida pelo Pr. Jorge Linhares, onde ele era figura carimbada em muitas terças-feiras).

Também confesso, que quando comecei a pregar, ficava orgulhoso quando alguém dizia que Deus me usaria tanto quanto ele; todavia, a minha admiração começou a se esfriar quando pela primeira vez tentei me aproximar dele em 2004.

Na ocasião, o procurei no final da terça-feira da vitória na referida igreja; incentivado por minha esposa que estava grávida, perguntei se poderia tirar uma foto e entrega-lo um pequeno ‘presente’ que havia levado para ele.

Nessa hora comecei a entender um pouco sobre o seu temperamento, pois, mesmo chegando com respeito e carinho, fui um tanto desprezado e subitamente ouvi um NÃO; e depois, um aqui não, vamos lá atrás! Imediatamente, fui conduzido para um corredor fora do templo (próximo ao gabinete do pr. Jorge), e finalmente, consegui a tal fotografia.

Neste momento, surgiu o Pr. Jorge (sorridente, fino, educado, o oposto do Mala... faia, etc), que me abraçou carinhosamente, brincou com a gravidez de minha esposa e nos conduziu até o seu gabinete.

Chegando lá, tiramos uma foto com o mesmo e fomos novamente apresentados por ele (Jorge Linhares) ao pr. Silas e, este, novamente e agora diante de uma mesa farta de alimentos, não fez caso algum de nós.

A partir daí, comecei a entender que as coisas para o Malafaia têm que ser do jeito dele, ou seja, as opiniões de outros não possuem valor para o mesmo, afinal, ele é o centro das atenções, ele é o grande, extraordinário, o maior, etc...

Todavia, uma coisa é indiscutível, o Pr. Silas Malafaia além de inteligentíssimo, usa como nunca o poder da persuasão e, porque não dizer, até mesmo as características de seu temperamento para obter aquilo que quer.

Acredito piamente que a maioria dos líderes assembléianos sabia que o grande alvo do pr. Silas era a presidência da CGADB, e alguns pensavam que esse feito estava bem perto de acontecer, mas, o que tudo indica, esse ‘sonho’ acabou. (creio para alegria da maioria)

Sinceramente, duvido que o Malafaia, como presidente da Convenção, atuaria como representante de alguém, pois, a verdade é, ele defende como ninguém os seus INTERESSES! E nada mais....

Segundo o mesmo, a sua saída da CGADB se deve a uma VISÃO, mas, aqui cabe uma indagação: será visão, ambição ou insubmissão?

O tempo como ele mesmo afirmou, dirá!

De uma coisa estou convicto, em breve teremos uma nova Convenção das AD no Brasil, presida por ele e assessorada pelo seu cartel. rsrsrs

Quem viver, verá!

Com amor...

Obs. Gostaria de sua opinião, comentando ou votando na enquete na direita.

15 de maio de 2010

Semeadores da Palavra



Caros irmãos e amigos,

Que a Graça abundante do Senhor Jesus esteja sobre suas vidas!

É com grande prazer que anunciamos a você, neste mês de maio o lançamento do blog: SEMEADORES DA PALAVRA.

Num campo onde a Seara é realmente grande e pouco os trabalhadores comprometidos, selecionamos alguns cuja idoneidade e disposição para obra vem se sobresaindo em suas congregações e ministérios

Sempre estaremos atualizando o blog com videos, fotos, esboços e artigos que com certeza edificarão muitas vidas, por isso, convidamos você para que, sempre que possível, fazer-nos uma visita.

Agradecemos a sua visita e rogamos as vossas orações!

http://semeadoresdapalavrabh.blogspot.com/

12 de maio de 2010

O que penso sobre uma nova REFORMA protestante (parte 1)


Há algum tempo atrás, recebi das mãos do jovem Márcio Angelim (estudante de teologia da EETEP) um questionário solicitando o meu ponto de vista sobre a Reforma Protestante e, por julgar, ser um assunto de muita relevância; com muita satisfação, emito nas próximas linhas o meu parecer sobre algumas questões propostas.

1. No que concerne a Reforma Protestante, qual era a ótica de Martinho Lutero?

Valendo-me do adágio popular: “pimenta nos olhos dos outros é refresco” quero, responder esta indagação ressaltando a importância de Lutero viver “dentro” dos bastidores do romanismo, ou seja, ele conhecia bem o lado “obscuro” do catolicismo romano.

Os melhores livros históricos e teológicos que abordam a Reforma, demonstram que Lutero estava galgando posições na Igreja Católica Romana e, ocupando-se profundamente com os seus aspectos intelectuais e funcionais; ele conhecia na pratica o jogo de interesses no qual a Igreja havia se metido e, sabia que a mesma, havia se afastado de suas origens e de ensinamentos importantíssimos, como pobreza, simplicidade e sofrimento.

Lutero, como monge agostiniano, certamente teve a sua maneira de pensar influenciada pelos escritos de Paulo, pois, afinal de contas, Agostinho era bastante Paulino e, foi à declaração do apostolo: “o justo viverá da fé” (RM 1:17) que deixou o monge agitado e inseguro. Este versículo escrito à igreja de Roma levou Lutero a repensar o “evangelho” e a chegar a uma nova fé enfatizada pela graça de Deus e a justificação pela fé.

Como examinador e amante da Palavra de Deus, Martinho Lutero, bem como os demais reformadores, defendia com finco os quatro maiores postulados da reforma: Sola Gratia, Solo Christus, Sola Fide e Sola Scriptura (Só a Graça, Só Cristo, Só a Fé e Só a Escritura) e mediante a tais postulados, ele sabia que o Romanismo dentre as muitas aberrações e ‘inovações’ apregoadas e praticadas defendia:

a) A supremacia do Papa - Segundo o cardeal Belarmino é a “súmula e a essência do Cristianismo”;

b) O Cânon da Escritura - Conforme o cardeal Barônio “depende da mera vontade e beneplácito do bispo de Roma considerar como sagrado, ou de autoridade em toda a Igreja, aquilo que muito bem lhe parecer”. Eck Euchiridion afirmou: “Assim como a Igreja evidentemente é mais antiga do que as Escrituras, assim também estas não seriam autênticas senão por autoridade daquela”;

c) A interpretação das Escrituras – A arrogância do Romanismo é tão grande que afirmaram: “Se alguém tem a interpretação da Igreja de Roma sobre qualquer texto da Escritura, ainda que não entenda como tal interpretação convém ao texto, tem, todavia, a mesma Palavra de Deus ”; e Inácio de Loyola acrescentou: “Para que em todas as coisas cheguemos ao conhecimento da verdade, a fim de não errarmos em coisa alguma, devemos ter sempre como regra fixa e invariável que aquilo que nossos olhos virem branco é realmente negro, se assim o entendem e define a igreja romana”.
Sobre a questão da interpretação o ponto de vista de Martinho era: "Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”.

d) Invocação aos Santos – Para defenderem esta prática idolatra, exclamaram: As Sagradas Escrituras não ensinam, nem sequer implicitamente, que se devam fazer orações aos santos...Portanto, é por demais claríssimo que muitas coisas que pertencem à fé católica (romana), não se encontram nas sagradas páginas ;

e) O culto ás imagens; o purgatório; a penitência; as indulgências (a galinha de ovos de ouro do romanismo avarento); a tradição (para esta, Lutero afirmou: “A tradição da igreja pode ser legitima, porém não infalível; por isso, deve ser julgada pela bíblia”); a Imaculada Conceição; etc.

Em virtude de todas estas descabidas e infundadas “inovações da Igreja romana”, Lutero, chegou à conclusão de que a igreja precisava encarar e passar por uma reforma. Esta era a ótica do reformador.

2. No presente tempo, é possível que haja uma reforma protestante? Comente.

Nos dias atuais, muito se ouve falar em uma nova ‘reforma’, todavia, devido à proliferação denominacional e sectária, creio que este ‘sonho’ se torna cada vez mais difícil de se concretizar, pois, ao contrário do século XVI, onde somente existiam duas ‘igrejas’ (ocidente e oriente), hoje, as “denominações protestantes” são inúmeras e peculiares.

O crescimento numérico denominacional, trouxe ao ‘protestantismo’ um grave problema, principalmente na área da hermenêutica: como interpretar a Bíblia, pois, mesmo ‘cientes’ de que: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação (2PE 1:20), os lideres denominacionais estão ‘adaptando’ a bel prazer a “Palavra de Deus”.

Um dos belos resultados da Reforma Protestante, foi à retirada da base hermenêutica da Igreja e a colocação da mesma na Bíblia (Sola Scriptura), em tese, até o inicio do século XVI, pensava-se que, o verdadeiro princípio hermenêutico estava na autoridade da Igreja (Roma locuta est: causa finita est. Roma falou: terminou a causa), todavia, a Reforma contribuiu para a recolocação do verdadeiro principio da hermenêutica: “a Bíblia é a melhor interprete de sim mesma”, por isso, como disse Isaltino Gomes da Silva: “Os maiores inimigos da Bíblia não são seus opositores, mas os seus expositores que tentam encontrar na Bíblia defesa para as suas idéias absurdas...”.

Falando ainda sobre interpretação, muitas das denominações a retiram da Bíblia e colocaram-na sobre o crente, e o que mais se vê e se ouve nos dias atuais, é: “O Espírito me falou", "Deus me revelou" ou “Não está no texto, mas...”, expressões populares e incoerentes teologicamente. Para se começar uma nova reforma, os protestantes deveriam primeiramente plagiar Lutero e dizer: “Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para a que há de vir”.

Outro grave empecilho para uma nova reforma é à volta ao passado; ou seja, cada vez mais as “denominações protestantes” estão edificando suas bases ministeriais e doutrinárias no Antigo Testamento, contrariando outro importante principio reformista (Sola Gratia). Ensinamentos veterotestamentários ‘camuflados’ estão sendo propagados dias após dias em nossas ‘denominações’, aniquilando por completo o viver pela graça e introduzindo cada vez mais o legalismo e o farisaísmo em nosso meio.

Infelizmente, estamos assistindo a “volta dos levitas”, o retorno do postulado da obrigatoriedade dos dízimos (quem não paga é ladrão e se é ladrão não herdará a vida eterna – ML 3:10), até mesmo as punições impostas pela lei estão sendo novamente propagadas nos púlpitos (gafanhoto migrador, cortador, destruidor, etc); espantosamente as indulgências também voltaram (primícias obrigatórias, sal grosso, galho de arruda, unção anti-dengue, vela ungida, lasca da cruz de ‘Cristo’, água do rio ‘Jordão’, Samphoo para maus pensamentos, travesseiro de Jacó, etc...); se não bastasse tantas anomalias, agora somos ‘forçados’ a testemunhar o ‘culto’ à cebola na França, os adoradores do umbigo em Paris, a ingestão de excrementos no Brasil (até mesmo o padre Joseph Dillon, 53 anos, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (SP), ficou conhecido por dizer em entrevistas que a urina seria a “água da vida”) . Absurdamente, temos cência da Igreja da Eutanásia, dos adoradores da luz, dos seguidores da “Bíblia Branca”, etc.

Hoje, o grande empecilho, é o fato de que todos estes erros não são exclusivos de uma denominação, mas, sim de quase todas elas, por isso, creio que uma nova reforma nos moldes da anterior não passará de um lindo sonho, todavia, ainda acredito que Deus possa suscitar em nossa geração vários: Lutero, Hus, Wycliff, Tyndale, Zwingli, etc; homens dispostos a amar a Palavra acima de qualquer tradição, uso, costume e superstição; homens que possam compreender verdadeiramente os valores espirituais; homens realmente sinceros, cujo caráter é impecável e cuja conduta é admirável e imitável.

Como amante da Palavra, também sou um sonhador ‘reformista’, aspiro ver homens que prefiram morrerem inocentes a viver como culpados; que escolham perder a cabeça por causa da verdade, ao invés de ficarem no trono como Herodes, e como diz um amigo meu: homens que são capazes de irem para a guilhotina, mas não querem ser um Nero no palácio.

Ainda ‘acredito’ numa possível reforma denominacional, onde os líderes motivados pela Palavra e repletos de temor, conclamem a todos do seu ‘ministério’ a: a) voltar às origens bíblicas, b) abandonarem as torpes ganâncias, c) viverem piamente e pela fé, d) lutarem contra as concupiscências, e) excluírem os anátemas, f) colocarem à prova aqueles que dizem ser ‘apóstolos’ e não são, g) trabalharem pelo nome de Cristo incansavelmente, h) praticarem o primeiro amor, i) não negarem a fé, j) etc.