20 de abril de 2017

Aprendendo com a parábola da figueira estéril - Pr. Sylas Neves





Mensagem ministrada na Igreja Cristã Despertar da Graça em 16/04/2017

13 de abril de 2017

Elias – Um profeta da Restauração em meio à crise

1 Reis 18.17-42



Exórdio: Não há dúvidas de que a narrativa que acabamos de ler: Elias e os profetas de Baal e Asera é uma das mais conhecidas e populares de toda a Bíblia. Velhos e crianças, crentes e até mesmo não crentes, conhecem ou já ouviram a história do Deus que respondeu com fogo; entretanto, antes de voltarmos o olhar propriamente para este acontecimento, jugo ser necessário considerar o panorama político, econômico, espiritual e moral que existia em Israel na época do profeta Elias.
            Sem dúvidas, crise é a palavra mais apropriada para se descrever a situação da nação de Israel na época de Elias, o profeta tisbita de Gileade. Nos dias atuais, lamentavelmente, não causa impacto nenhum afirmar que vivemos uma crise sem precedentes, afinal crise é a palavra mais pronunciada nos jornais, telejornais e nas conversas informais. Todos os brasileiros em sã consciência sabem que o nosso país, e porque não dizer, o mundo ultramoderno do século XXI, “enfrenta” dias difíceis! Há instaurado em nosso século uma crise: moral, politica, financeira e religiosa. Warren Wiersbe acredita que a maior crise dos nossos dias é a crise de integridade, pois ela afeta todos os segmentos da sociedade. Ao contrario de um jargão neopentecostal que ficou muito popularizado em nosso meio a partir de 2015, que: dizia: - Não estamos em crise, estamos em Cristo; a verdade nua e crua é que atravessamos um momento de grande perigo, uma fase difícil e um ou estado de dúvidas e/ou incertezas. Elias também enfrentava um momento como esse por volta do ano 875 a.C.
            O bom estudioso dos tempos bíblicos sabe que após a morte de Salomão no ano 930 ou 931 a.C. o reino se dividiu, depois de aproximadamente 120 anos de monarquia única (Saul, Davi e Salomão). Das 12 tribos, 10 seguiram a liderança de Jeroboão I, formando o que conhecemos como Reino do Norte, cuja capital tornou-se Samaria. Estudiosos afirmam que este reino durou 209 anos, quando a Assíria levou cativo este reino. O reverendo Hernandes Dias Lopes destaca o fato de que durante os 209 anos, o Reino do Norte, teve 19 reis de 8 dinastias diferentes, e nenhum desses reis andou com Deus, entrementes, todos foram apóstatas, ímpios e idólatras. Todos os 19 fizeram “o que era mal aos olhos de Deus”. É digno também de destaque o fato de que na época de Elias, reinava Acabe, o homem conhecido e rotulado na história como o pior rei de Israel; por isso, permita-me, neste momento, elencar alguns dos erros de Acabe:

1.    Casou-se com Jezabel, mulher pagã, e permitiu a promoção da adoração a Baal.
2.    Fez Israel mergulhar no mais profundo paganismo. 1 Reis 16.31
3.    A idolatria incentivada por Acabe e Jezabel fez o povo “coxear” entre dois pensamentos. Cap. 18.21 – Nota: A versão KJ usa “coxeareis” (ficareis estacionados entre as duas possibilidades); entretanto, o termo no hebraico diz, “saltareis”, tendo o sentido de “pular”, ou seja, Israel pulava entre Deus e Baal.
4.    Acabe e Jezabel “compraram” os profetas – a expressão empregada nas bíblias em português “comem da mesa de Jezabel”, é mais bem traduzida por: os profetas comprados, ou seja, “a generosidade” de Jezabel exigia lealdade dos profetas e dedicação integral no culto a Baal.

Obs. Desgraçadamente, muitos líderes “cristãos” assemelham-se a Acabe: querem comprar, subornando com ofertas e agendas os pregadores convidados para irem às suas igrejas. Já ouvi da boca de um pastor a seguinte aberração: - Na minha igreja eu mando, e os pregadores obedecem! Certa vez, um da “casa de Acabe” queria estipular o que eu podia e o que eu não podia falar. Recentemente, um “pastor’ me disse: - estou pensando em te convidar, mas creio que você ficará escandalizado com o que aqui verá!”. Eu lhe respondi: - aceito ir, todavia, preciso saber se você permitirá que eu pregue aquilo que é certo?!

5.    Remoeu-se por não ter conseguido um pedaço de terra. Então Jezabel manda matar o Nabote, o proprietário da vinha. E Acabe foi omisso, portanto, cumplice deste assassinato.
6.    Estava acostumado a fazer a própria vontade e ficava deprimido quando isso não acontecia.
7.    Não gostava de ouvir a voz de Deus, aliás, afirmou com todas as letras que odiava o profeta do Senhor, Micaías, porque ele falava a verdade. 1 Reis 22.8
8.    Acabe além de não gostar de ouvir a voz do Senhor, ia além, desobedecendo-a. 1 Reis 22.26,27

Sobre a morte de Acabe, o historiador Flavio Josefo diz: “Pode-se ver, com esse exemplo, como devem ser respeitadas as palavras dos profetas do Senhor, e não as dos falsos profetas, que, para agradar aos homens, só falam o que lhes é agradável”.

9.    A perversidade de Acabe foi tão gigantesca que a frase: “a casa de Acabe” tornou-se um rótulo para referir-se a reis perversos. ( 2 Cr 21.6; Mq 6.16)

Dito tudo isso, passamos agora a olhar para Elias e a narrativa bíblica usada no inicio deste sermão, sempre enfatizando que é no meio deste caos moral, espiritual e econômico que Elias aparece e desenvolve o seu ministério.

a)    Vendo Acabe a Elias (17) ► Elias é descrito apenas como “o tisbita de Gileade” - Tisbita não é sobrenome, antes é uma descrição de onde o profeta nasceu. Tisbe era um lugarejo pequeno e insignificante do ponto de vista geográfico. Faço coro com o reverendo Hernandes que disse: “Deus não precisa de Estrelas”.
b)    És tu o perturbador de Israel (v.17) ► Assim como Cristo (Lucas 23.5) e Paulo (Atos 16.20) Elias foi acusado de perturbador, entretanto, os pecados de Acabe e de sua casa é que estavam causando as perturbações em Israel.
c)    Até quando coxeareis (v.21) ► Semelhantemente Moisés e Josué (Êx 32.26 e Js 24.15) Elias instiga os israelitas a tomarem uma decisão.
d)    E Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruinas (v.30) ► Segundo tradições judaicas, esse altar era o mesmo que fora construído por Saul (1Sm 15.2), entretanto, havia sido quebrado pelos pagãos.

Simbolismo do altar à No contexto veterotestamentário, o altar era um lugar onde o homem podia se aproximar de Deus, mediante sacrifício e oração. O altar falava da ‘comunicação’ entre Deus e os homens. Warren Wiersbe diz que: “Ao usar doze pedras, Elias afirmou a união espiritual do povo de Deus, embora o povo estivesse dividido politicamente”.

Sylas Neves, 13/04/17