Desde o ano 2000, Há 14 anos, quando
comecei a pregar o Evangelho e a escrever os meus primeiros sermões, assumi o
compromisso com Deus de ser um despenseiro da GRAÇA e da VERDADE.
Confiantemente, assentei no meu coração o propósito de NÃO pregar o que dá
certo, mas, o que É certo!
Consequentemente, no decorrer dos
anos, aprendi que “batalhar” pela fé cristã, ou ser um apologista (oriundo do
grego apologia, “defesa”) além de ser desgastante é algo que inevitavelmente
vai desapontar muitas pessoas; pois, algumas não estão interessadas numa
explicação racional e bíblica; já outras, estão somente interessadas no que é
importante para elas e não no que é a verdade.
Também com o passar dos anos, aprendi
que um apologista da fé cristã, não consegue agradar nem mesmo a todos aqueles
que se dizem “cristãos”, por isso, a apologética, acaba sendo depreciada e os
apologistas bíblicos, no geral, são rotulados de radicalistas, divisores,
invejosos, fundamentalistas, legalistas, “atiradores de pedra”, fariseus (no
sentido pejorativo), etc.
Quando Paulo registrou que nos
“últimos dias os tempos seriam trabalhosos” (2 Tm 3.1), será que ele imaginava
que o mundo ocidental se tornaria pós-cristão? Será que o nobre apóstolo sabia
que o Iluminismo, com sua marca de “livre pensamento” introduziria na igreja o
fermento do secularismo? Será que ele imaginava que uma pessoa secularizada e
relativista acreditaria tanto em Jesus Cristo quanto em fadas e duendes?
Será que o apóstolo dos gentios
poderia imaginar que no século XXI, apenas 10% dos europeus seriam “cristãos
praticantes”, embora a maioria sustente um rótulo de cristão? Será que ele
também podia imaginar que os “crentes bereianos” quase entrariam em extinção na
pós-modernidade?
Por falar em pós-modernidade, e
caminhando um pouquinho mais na história do cristianismo, pergunto: - Será que
os chamados “pais da igreja”, ou posteriormente os “reformadores”, que eram
homens intelectuais, pensadores, apologistas e batalhadores da fé, imaginavam
que no futuro, na “era do conhecimento”, os “cristãos” sofreriam tanto de miopia
bíblica e cegueira espiritual?
Será? Será? Será?... Sei que são
muitos os questionamentos, todavia, pretendo apenas tentar responder o primeiro
deles, entrementes, aquele que deu origem a este texto: Será que Jesus, Paulo,
João e Tiago eram radicalistas ou defensores da Verdade?
Serei prolixo, mas tenho que repetir
que no “circulo gospel” pós-moderno, quem aponta erros doutrinários em livros,
músicas, comportamentos e falas é acusado de “julgar”, “atirar a primeira
pedra” e “implicar com o cisco no olho alheio”, além de ser taxado de divisor,
invejoso, fundamentalista, legalista, fariseu e radicalista.
No inicio do meu ministério, fui
bombardeado, chamado de invejoso e rotulado de fundamentalista religioso quando
disse que era totalmente errado o inicio da música “Com muito louvor” que se
tornou, em 1999 e 2000, uma febre nacional no meio pentecostal. A letra dizia o
seguinte: “Deus não rejeita a oração, oração é
alimento. Nunca vi um justo sem resposta, ou ficar no sofrimento”.
Pois é, a bíblia vai
nos dizer outras coisas, vejamos:
1) Existem orações
que Deus rejeita, ou seja, que ele não recebe e não ouve. (Salmo 66.18; 1 Pe
3.7)
2) Oração não é
alimento, a Palavra que é alimento (Mateus 4.4)
3) O justo pode ficar
sem resposta (HC 1:2, Salmo 22.1; MC 15.34) e,
4) O justo também
pode ficar no sofrimento, e diga de passagem, por muito tempo. (basta-nos um
exemplo Jó, que segundo fontes, sofreu aproximadamente 10 anos, mesmo Deus
falando que ele era justo e temente).
Alguns anos depois,
fui novamente bombardeado, chamado de fariseu, hipócrita e invejoso,
simplesmente por afirmar, fundamentado na Bíblia, principalmente na doutrina da
GRAÇA, que homem nenhum tem créditos com Deus! Ao contrário do que afirma um
famoso pregador pentecostal em suas orações: “Senhor, se ainda tenho crédito
contigo!”.
Fui chamado de
radical, intransigente e legalista, por “batalhar pela fé” e dizer que “todos
aqueles que acreditam ter crédito com Deus, se esqueceram de que para sermos
justificados diante dEle, precisamos reconhecer o nosso estado lastimoso e a
exemplo do publicano proferir: Ó
Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”. (Lucas 18: 13)
No ano de 2012, continue sendo massacrado
por alguns, quando escrevi um artigo intitulado “Agora é só vitória – será?”,
onde apontava os graves erros de uma música gospel cuja letra diz que “a prova acabou, a luta foi embora, agora
é só vitória”.
Fui
chamado de radicalista porque disse que “não dá mais para aguentar canções que
só enfatizam bênçãos deixando de lado verdades contundentes que ensinam os
cristãos a permanecerem firmes na fé, a encararem as tribulações, pois, através
delas, nos importa entrar no reino de Deus”. (Atos 14.21-22)
Recentemente, fui novamente chamado,
por alguns “irmãos”, de fariseu, legalista e radicalista pelo fato de combater
e repudiar a participação de cantores gospel em novelas ou fazerem parcerias
com músicos seculares. Sou legalista por dizer que “a tal "abertura" que a mídia televisiva e principalmente a
"Rede Globo" vem dando aos "evangélicos", nada mais é do
que um laço do passarinheiro”.
Estou sendo radical de mais, na
opinião de alguns, por não concordar com alianças entre “justos” e ímpios! Por
discordar em gênero, número e grau, de cantores gospel que fazem “participações
especiais” em cd’s de músicos seculares e vice-versa.
Sou também fariseu por desaprovar a
participação de dois cantores gospel em um programa de televisão onde o
apresentador faz oferendas a Iemanjá e afirma que o nome do programa é Caldeirão,
pois é a mistura do santo e do profano! É a Babel das religiões!
Sou fariseu e legalista em afirmar que
no lugar de “juntos e misturados”, precisamos ser santos e separados! Sou
fundamentalista religioso por acreditar que Deus ainda requer de nós santidade,
separação e total rompimento com as trevas e com a roda dos escarnecedores.
Diante de tudo isso e de mais algumas
coisas, que deixarei para outros textos, cheguei à conclusão de que Jesus,
Paulo, João e Tiago também eram radicalistas! Se não, vejamos, ironicamente é
claro:
Será que Cristo não foi “radical” ao
extremo, ao expulsar da entrada do templo todos os que vendiam e compravam no
templo? E intransigente demais ao derrubar as mesas dos cambistas e as cadeiras
dos que vendiam pombas? (Mateus 21.12) – Será que o correto era não fazer nada?
Se conformar? Afinal de contas, aquela prática não era o “ganha pão” de muitos?
– Além do mais, a atitude de Cristo deve ter “escandalizado” os pequeninos!
Será que Ele não foi “radical” ao
dizer para os doze: “Quereis vós também retirar-vos?” (João 6.67) – Será que o
correto não seria “pegar mais leve”? Ou, fazer um discurso que massageasse o
ego da multidão?
Será que o maior mestre de todos os
tempos, não foi “radical” também ao dizer para o jovem rico: “falta-te uma
coisa”? (Mc 10.21) - A Nicodemos: “Necessário vos é nascer de novo?” (Jo 3.7) –
E aos discípulos: “que é difícil entrar um rico no reino dos céus?”. (Mateus
19.23)
Será que Cristo não “viajou na
maionese”, sendo “radical e dogmático” ao afirmar que Ele era a Verdade? (Jo
14.6) – Ou será que Ele era coitadinho? Pois, não sabia que no pós-modernismo,
no período da igreja chamado de “era gospel”, uma infinidade de “cristãos” se
secularizariam, e para estes, não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo?
E o que dizer dos sete “Ais” que ele
descarregou em cima dos doutores da lei em Mateus 23? Será que ele não pegou
muito “pesado”? Afinal de contas, aqueles homens eram dizimistas, oravam,
jejuavam e “guardavam a Torá”!
E quanto a Paulo?... Coitado, aos
olhos de alguns crentes pós-modernos e acomodados, o grande apóstolo não
passaria de um fariseu grotesco e “atirador de pedras”, principalmente, por
citar que Demas havia se transformado num amante do mundo! (2 Tm 4.10) e, por
declarar que havia entregue a Satanás: Himeneu e Alexandre, para que eles aprendessem
a não blasfemar! Quanto julgamento não é mesmo? Quanto radicalismo, não acha?
Referente suas orientações nas
epístolas, será que Paulo não errou ao rogar que “não devemos nos conformar com
este mundo”? (Rm 12.2). Que não devemos também nos associar com aquele que “dizendo-se
irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou
roubador”? (1 Co 5.11)
Quanto “legalismo” e quantos “tiros de
pedra” dados por Paulo quando nos mandou afastar de:
“homens
amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos
de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”. (2 Tm 3. 2-5)
E o que dizer dos “jugos desiguais”? Das
sociedades da justiça com a injustiça? Da comunhão entre luz e trevas? (2 Co
6.14) – Será que Paulo não sabia, que no “mundo gospel” está tudo liberado?
Junto e misturado? E que nada tem problema? E que não há nada de errado, um
cantor gospel convidar um “ímpio” para fazer participação “especial” em seu cd
e vice-versa? E muito menos em um cantor gospel, gravar uma cena de novela,
onde a Ceia do Senhor é profanada?
Oh! Paulo! Quanto radicalismo em dizer
que “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as
coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma”. (1CO 6.12)
E concernente ao apóstolo do amor?
Quanto “legalismo”! Quanta decepção!
Oh! João! Por que você tinha que dizer: “Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele” (1 Jo 2.15) – Como pode o apóstolo “amado de Cristo” e pastor da
igreja em Éfeso condenar quem ama novelas e realitys shows?
E o “radicalismo” não parou, ele também
registrou:
Todo
aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus; quem
persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém
vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco
o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras. (2 Jo 9-11)
Para finalizar a seleção dos “radicalistas
e legalistas”, vejamos o que outro apóstolo disse:
“Adúlteros
e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?
Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”.
(TG 4:4)
Até tu Tiago! Como pode chamar um
irmão de adúltero, só porque é amigo do mundo?
Que “exagero”! Que “radicalismo”! Que “farisaísmo”!
E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo
para dizer de Pedro e de Judas, que dentre outras coisas, afirmaram
“radicalmente” que “muitos seguiriam as suas dissoluções, blasfemando o caminho
da verdade”. (2PE 2:2). E que seria nosso dever “batalhar pela fé que uma vez
foi dada aos santos”. (Judas 3)
Pois bem, posso continuar sendo taxado
de radical, fariseu e legalista, mas, a exemplo de Cristo, Paulo, João, Tiago,
Pedro e Judas; vou continuar batalhando pela fé cristã! Não medirei esforços e
não temerei as consequências para impedir que o verdadeiro Evangelho seja
adulterado! E enquanto tiver folego, não cessarei de condenar, doa em quem
doer, os jugos desiguais, as derrapadas do mundo gospel e os jargões
equivocados dos pregadores sensacionalistas pós-modernos!
Encerro aqui, fazendo minhas, as
palavras de Lutero: “A menos que eu seja
convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a
menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que
assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e
não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência.
Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus me ajude”.
4 comentários:
Continue na Shalom do Et-rno. Se for para ser como os outros (Pastorespadres) vamos partir para o termo muito usado Hoje em dia Isto é relativo e blá blá blá ...Não tu es um marco para está geração e a porvir o seu legado é a verdade estabelecida pela PALAVRA .O trigo curva-se quando chega a noite mas o joio não...
Graça e Paz. Tenho somente que lhe agradecer pelas palavras deste artigo, como sempre, escrevendo maravilhosamente bem. Além de ser um sincero defensor e verdadeiro no que tange a Palavra de Deus, es um grande homem usado pelo Senhor Jesus. Continue assim meu amado, defendendo a sua Fé com todo a sua força, certo que receberá a coroa da justiça que lhe está proposta, e sempre nos transmitindo os seus artigos, por que os mesmos nos edificam e nos fazem refletir até mesmo quanto aos nossos conceitos de vida no dia a dia. Continue sendo um apreciador do Evangelho, "Apreciar o Evangelho, significa provar a amargura da nossa profunda pecaminosidade, percebendo a ira eterna que nos era justamente devida, e ver, pela Fé, o Senhor Jesus Cristo suportando a soma total daquela ira em nosso lugar, na cruz. Não importa o que vão pensar e falarem de você, o que importa é agradar a Deus e não aos homens.
Graça e Paz!
Amado mestre, pastor e amigo, estamos juntos nesta batalha de levar a verdade aos cristãos: que Cristo é o caminho, a verdade e a vida... Não nos venderemos à uma cúpula gospel e seremos bons combatentes da defesa da fé e da Palavra verdadeira e na sua mais pura e nobre essência. Muitos amam citar Jo 8:32 sem ler e praticar o 31. Querem na verdade que pregadores sejam amaciadores de carne, mas nós continuaremos pregando a Palavra que é viva e eficaz. Aprendi bem cedo que o que luberta é a Palavra, embora nos últimos tempos parece que as pessoas pensam que é o louvor.
Sylas, estão te taxando de isso mais aquilo e aí vai...Tem aquele ditado a verdade dói. Se falamos e pregamos realmente as verdades existentes na palavra de Deus não precisamos preocupar-mos com que dizem. Sigamos a Verdade Biblica, e ponto final.
Um grande abraço Sergio Soeiro.
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