Mateus
24. 10-13; 2 Ts 2.1-3
Conforme mencionei em
sermões passados, inúmeros intérpretes das Escrituras afirmam que a segunda
carta escrita por Paulo aos tessalonicenses, tinha dois propósitos específicos,
a saber: 1) Esclarecer dúvidas dos crentes de Tessalônica acerca da segunda vinda
de Cristo; e 2) Advertir sobre falsas epístolas, falsas revelações e
ensinamentos errôneos que estavam infiltrando e provocando comportamentos nada
apropriados para os cristãos daquela cidade.
Já é do conhecimento de
alguns que, particularmente, defendo a visão de que a apostasia é um dos sinais
que antecederão a segunda vinda de Cristo (parousia) e, para validar o meu
posicionamento, peço-lhes que atente bem para as palavras inequívocas de Paulo
“porque não será assim sem que antes
venha à apostasia... (2 Ts 2.3 -
grifo meu). Note que, o apóstolo deixa muito claro que a segunda vinda de
Cristo, ou nossa reunião com ele (v.1), não acontecerá sem que antes a
apostasia viesse. E, seguindo a linha de raciocínio de Paulo, deduzimos que,
primeiro virá a apostasia e depois a manifestação do anticristo, portanto, o
anticristo se manifestará em meio a tempos terríveis.
Mas
o que vem a ser apostasia?
Na língua grega, o termo apostasia
denota sentindo de “afastamento”, e à luz das Escrituras, entendemos que na
verdade trata-se de um desvio ou abandono deliberado da fé. É também uma
relativização dos valores absolutos das Escrituras. É um negar da essência do
Evangelho. É interessante reforçar que o próprio Jesus deixou a instrução de
que, dentre tantas coisas que aconteceriam, a sua segunda sua vinda seria
precedida de uma grande ausência de fé na terra. Leia atentamente uma de suas
inquirições: “Quando, porém, vier o Filho
do Homem, porventura, achará fé na terra?”. (Lucas 18.8)
Naturalmente, pode-se afirmar
que, a apostasia além de ser um dos sinais inequívocos da segunda vinda de
Cristo, é também uma prova inconteste da atividade maligna dentro das igrejas,
ou nas palavras de Paulo, a operação do erro (um poder sedutor) que leva
indivíduos a questionar e relativizar todas as coisas essenciais da sã doutrina.
Ao estudarmos sobre a
apostasia, precisamos considerar alguns pontos fundamentais, dentre eles,
destaco:
1.
A
saúde doutrinária das comunidades cristãs era uma preocupação constante dos
ensinamentos de Paulo
É muito importante
entendermos que uma doutrina sã gera uma igreja saudável, porém, um ensinamento
doente, gera uma igreja apóstata! À luz dos escritos paulinos, percebemos que,
a saúde doutrinária das igrejas era uma preocupação constante na vida do
apóstolo da graça. Já no relato de Lucas, vemos nitidamente essa preocupação
quando, ao discursar para os anciãos da igreja em Éfeso, ele asseverou: “Porque eu sei isto: que, depois da minha
partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E
que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para
atraírem os discípulos após si”. (Atos 20.29,30)
Posteriormente, lemos várias
advertências de Paulo neste sentido. Por exemplo, em sua segunda carta aos
coríntios, ele afirmou: “Mas temo que,
assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de
alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há
em Cristo”. (2 Coríntios 11.3) E, nesta mesma carta, dez versículos depois,
ele registrou: “Porque tais falsos
apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo”.
(2 Coríntios 11.13)
Também lemos nas duas cartas
endereçadas a Timóteo, essa mesma preocupação do apóstolo:
Mas o Espírito expressamente diz que, nos
últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores
e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo
cauterizada a sua própria consciência... 1 Tm 4.1,2
Porque virá tempo em que não sofrerão a sã
doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores {ou
instruidores} conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos
da verdade, voltando às fábulas. 2 Tm 4.3,4
2. A
apostasia como negação ou corrupção da verdade, à luz da segunda carta de Paulo
aos tessalonicenses, capítulo 2, verso 3, pode surgir de:
a) Falsas revelações –
(espíritos, por exemplo, na NVI é traduzido por profecias) ► Paulo adverte
sobre algo que é muito usado nos dias de hoje principalmente nas igrejas
neopentecostais. Infelizmente, não é
difícil encontrar alguém “reivindicando” para si, uma nova “revelação”
divina. Ouve-se de maneira abusiva e
autoritária expressões tais como: “O Espírito me falou", "Deus me revelou"
ou “Tive uma visão de Deus”, expressões populares e incoerentes teologicamente.
b) Construções doutrinárias deturpadas –
(palavra, pregação e ensinamentos desconexos com as Escrituras) ► Um novo
mover, uma nova unção, uma nova maneira de enxergar, novidades, modismos e
invencionices e muito mais... Tudo isso sendo maciçamente divulgados nos
templos cujo deus é Maamom.
·
Teologia da prosperidade
·
Teologia dos “atos proféticos”
·
Teologia dos “judaizantes”
·
Teologia Neopentecostal – Essa relativizou as
escrituras dando ênfase às novas revelações supostamente oriundas do
“Espírito”.
Obs.
Afirmo com toda convicção que creio em revelações do Espírito, entretanto,
todas as revelações são necessariamente reafirmações do que está escrito nas
Escrituras Sagradas.
·
Negação do nascimento virginal de Cristo
·
Negação da morte de Cristo em favor dos seres
humanos
·
Negação da ressureição de Cristo
·
etc.
c) Falsos escritos –
(epistola) ► Sabe-se que, antigamente, era comum honrar um autor famoso
atribuindo uma nova obra a ele, todavia, a dita homenagem poderia ser também na
verdade uma excelente maneira de perpetuar uma ideia ou ajudar a propagação de
uma mentira.
Paulo, ao dizer “não
se deixem abalar ou alarmar tão facilmente por epístola”, na verdade estava
admoestando os irmãos a não darem créditos aos falsos escritos (falsas
epistolas) que andava circulando na época, escritos que supostamente vinham
dele ou de outro apóstolo de Cristo.
3.
Qual
deve ser a nossa postura em relação à apostasia?
a)
Vigilância
constante em cima do que aprendemos ► “Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei,
noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de
vós”. Atos 20.31
b)
Não negligenciarmos
a doutrina a nós ensinada ► Hebreus 2.1 - Por isso é preciso que
prestemos maior atenção ao que temos ouvido, para que jamais nos desviemos.
(NVI).
c)
Ficando
firmes e conservando as doutrinas bíblicas ► “Então, irmãos, estai firmes e retende as
tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa”.
(2 Ts 2.15)
d)
Rejeitando
qualquer novo ensinamento que contradiz as Escrituras ► “Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que
já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de
novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema”. (Gálatas 1.8,9)
Nenhum comentário:
Postar um comentário